O Apartamento Papal (em italiano: Appartamento Papale) é a designação não-oficial[1] dado ao grupo de apartamentos, tanto privados quanto estatais, dispostos em torno de um pátio (o Pátio de Sisto V, cortile di Sisto V)[1] nos dois lados do terceiro andar (o andar superior)[2] do Palácio Apostólico, na Cidade do Vaticano, em Roma.[3][4] Desde o século XVII o Apartamento Papal tem sido a residência oficial do papa em sua capacidade religiosa (como Sumo Pontífice). Antes de 1870 a residência oficial do papa em sua capacidade temporal (como soberano dos Estados Papais) era o Palácio Quirinal, que atualmente é a residência oficial do presidente da Itália. O Apartamento Papal é conhecido em italiano por diversos outros termos, incluindo appartamento nobile e appartamento pontificio.[1]
O apartamento contém cerca de dez quartos grandes[4] que incluem um vestíbulo, um pequeno escritório para o secretário papal, o escritório particular do papa, e o seu quarto, situado num dos cantos do edifício,[4] uma suíte médica (que conta com equipamento para tratamento dentário e para cirurgias de emergência), uma sala de jantar, uma pequena sala de estar e a cozinha.[4] O apartamento também conta com uma cobertura ajardinada[3] e os aposentos da equipe de funcionários, composta de freiras alemãs beneditinas[3]), que administra a Prefeitura da Casa Pontifícia (a Casa Papal).[3] É da janela do escritório, na loggia (decorada com afrescos), que o papa aparece para saudar e abençoar os peregrinos situados na Praça de São Pedro, aos domingos.[3][4] A sua biblioteca privada, descrita como uma "sala ampla com duas janelas com vista para a Praça São Pedro."[1] A capela privada do papa tem uma obra de arte de I.H. Rosen, comissionada pelo Papa Pio XI, que mostra "dois episódios da resistência polonesa (contra os tártaros e contra os bolcheviques) emoldurando o rosto da Madona Negra de Częstochowa."[1]
O papa reside ali oficialmente de outubro a junho, e de julho a setembro desloca-se para a sua residência de verão, em Castel Gandolfo.[3] Três dos últimos quatro papas (João XXIII, João Paulo I e o João Paulo II) morreram no Apartamento Papal; o quarto, o Paulo VI, morreu em Castel Gandolfo.[carece de fontes]
O Apartamento Papal costuma ser reformado para cada novo papa, seguindo projetos que estejam de acordo com as preferências do novo pontífice. A última reforma foi feita em 2005, depois da morte de João Paulo II e a eleição de Bento XVI no conclave papal de 2005. O Apartamento Papal estaria então mal-conservado, com "decorações ultrapassadas e falta de iluminação", além de grandes tonéis colocados em seu teto falso para coletar a água de goteiras.[4] O projeto, realizado durante os três meses em que Bento esteve na residência de Castel Gandolfo,[4] incluiu a construção de uma nova biblioteca para acomodar os 20.000 livros de Bento (colocados na mesma ordem exata que ele mantinha em sua residência anterior),[4] a substituição da fiação elétrica (as tomadas de 125 volts, que haviam deixado de ser usadas na Itália anos antes, foram finalmente substituídas por saídas de 220 volts)[4] e do encanamento (novos canos foram instalados para substituir os antigos, já "incrustados de limo e ferrugem.").[4] O sistema de aquecimento central foi consertado, e a cozinha foi reequipada, supostamente com novos fornos, fogões e outros eletrodomésticos doados[2] por uma empresa alemã.[4] O piso, que é de mármore do século XVI decorado com incrustações, foi restaurado.[4] O escritório médico ("instalado às pressas nos aposentos papais para o enfermo João Paulo II.")[2] foi reformado e expandido, e passou a contar com equipamento para tratamento dentário,[2] e o aposento papal em si foi completamente refeito. Papeis de parede e outros elementos decorativos foram instalados;[4] o projeto foi executado por mais de 200 arquitetos, engenheiros e operários.[4] Bento também deslocou todos os seus pertences pessoais para o Apartamento Papal, incluindo um piano vertical.[3] Em 2013, após a eleição do Papa Francisco, ele preferiu ficar na Casa Santa Marta.